Podridão negra – Xanthomonas campestris pv. campestris

A podridão negra causada pela Xanthomonas campestris pv. campestris é a principal doença bacteriana das crucíferas. Fazem parte do grupo das crucíferas a couve-flor, o repolho, brócolis, couve-manteiga, couve de bruxelas, mostarda, nabo, agrião, rabanete e rúcula.

Os sintomas podem ser observados em qualquer estágio de desenvolvimento da planta. No campo, são comuns lesões amarelas em forma de “V”, com o vértice voltado para o centro da folha. A bactéria coloniza os vasos do xilema da planta, escurecendo-os. Com o desenvolvimento da doença, as folhas tornam-se amarelas e podem apresentar necrose. Em alguns casos, observa-se subdesenvolvimento, murcha, queda prematura de folhas e apodrecimento das plantas afetadas.

Podridão negra em folha de couve

Podridão negra em folha de couve.

Etiologia

Temperaturas entre 28 e 30 0 C e presença de água de irrigação, de chuva ou de condensação são favoráveis para a penetração da bactéria. A penetração ocorre através de aberturas naturais (estômatos e hidatódios) ou por ferimentos provocados na superfície da parte aérea.

Xanthomonas campestris pv. campestris sobrevive em sementes, alojando-se na sua superfície e/ou no seu interior, em restos culturais fibrosos de plantas doentes, em plantas daninhas e em plantas doentes remanescentes no campo. A disseminação do patógeno, a longas distâncias, é realizada através de sementes ou de mudas doentes e, a curtas distâncias, por respingos de água de chuva ou de irrigação, geralmente na direção dos ventos predominantes. Também pode ser disseminado durante os tratos culturais.

Controle

O emprego de sementes sadias é indispensável para o controle dessa bacteriose. O tratamento térmico de sementes de repolho e de couve-de-bruxelas (imersão em água a 50 ° C, durante 25 mm) e de sementes de brócolis na mesma temperatura, durante 20 mm, é indicado. Trabalhos desenvolvidos no Brasil demonstraram a eficácia do tratamento térmico com água a 50 °C, por 30 mm, para a erradicação da doença de sementes de repolho. Sementes tratadas nessas condições deram origem a menos de 2 % de plantas doentes, enquanto a testemunha originou 70% de plantas com sintomas de podridão negra.

Outra possibilidade de controle é o tratamento de sementes com antibióticos. Pode-se usar imersão por 30 mm solução de aureomicina ou terramicina, na dosagem de 1 a 3 g do antibiótico por litro de água. O excesso do antibiótico é neutralizado imergindo-se as sementes, por 30 mm, em salmoura (15 g de sal de cozinha por litro de água).

Ação da Xanthomonas campestris pv. campestris

Ação da Xanthomonas campestris pv. campestris

É recomendada a eliminação total, por meio de aração profunda, de restos de cultura infectados, plantas voluntárias e plantas daninhas hospedeiras do patógeno. Em áreas anteriormente cultivadas com crucíferas, é aconselhável a rotação de culturas por um período de dois anos.

O plantio de cultivares ou híbridos resistentes é recomendável. Exemplos para repolho incluemMaster, Master AG-325, Chumbinho, Louquinho e os híbridos ESALQ-84, Mogiano, Saikô, Caribe, HG 18, YR-Rampo e YR-Ranshu. Para brócolis, Ramoso Santana, Precoce Piracicaba Verão e o híbrido Condor. Para couve-flor, Flórida e Santa Elisa-2 e os híbridos Ikuta, Jaraguá, Miyai, Shiromaru I, Shiromaru II e Shiromaru III.